Hoje amanheci esperando tua volta, essa dança de 24 horas que fazes ao redor de ti mesma. É uma capacidade encantadora, essa a de fazer o tempo passar tão rápido que pareça parado te vendo de longe. Há artigo feminino falando em teu nome, como ar ou água. Hoje me emocionou pensar em ti, refazendo sempre e sempre um sentido de pertencimento e renascimento, o que me seca por dentro e que também te transforma. Te vi enluarada. molhada de chuvas, queimada por tolices, seca, úmida, suave e brusca, ressentida e gentil, gradiente, colorida, solta e invisível em janelas fechadas. Sabendo que o que mais te alegra é o espaço por onde navegas me mostrando belezas e uma certa incompreensão sobre como ias, vinhas e ias outra vez. É por isso que giras sem que se perceba muito e muitas vezes gritas, sem que te ouça. És um adjetivo vivo como fogo ou manjericão. Gosto de plantações de Verbena por tua causa, cresci por que me ensinaste que todo dia é original, que rotinas podem trazer um por de sol inesquecível e mesmo tuas chuvas inspiram aromas que sobem e ilustram paisagens. Que graça és tu, allma da resististência, branca de neve da revivência, terra que respira, girando em torno de uma festa, nessa fresta de onde te espio.
