Tem um sopro de alma nesse lugar, um sopro, um hálito bom. No fim, era mesmo o combinado, isso de estarmos quietos ou calados, como nas brincadeiras de criança, sobre quem aguentava mais ficar sem respirar. Se dizia uma coisa sobre o General Franco, da Espanhal, el sanguinário. Se dizia que um artista pode ser eleijado e, ainda assim, espalhar sua arte. Mas que ele, Franco, sendo são mas incurável em sua violência, espalhava aleijões. Há uma, uma música, chamada Circo de Marionetes, de um grupo gaúcho (já desaparecido) chamado Almôndegas. A letra fala assim:
Nós somos ásperos por força do hábito
Trazemos o sangue muito quente
Vivemos de migalhas, promessas e batalhas
Estamos rindo de nervosos
Cobertos de feridas num beco sem saída
No entanto o coração palpitaEstamos lúcidos, atentos com fôlego
Armados de fé até os dentes
Truques, acrobacias, palhaços e magias
Estamos vivos de teimosos
Circo de marionetes, chuva de canivetes
No entento o coração se agita
Sinto muito por tudo o que sinto. Por mim, por você, por todos nós. Não é brincadeira de criança, não é arte, nem é uma guerra civil ou aquela brincadeira de trancar a respiração. É algo maior, do tamanho do inesquecível. Nossas histórias são de tirar o fôlego. (8)
