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Pra não dizer que não falei das bananas

planeta

Uga, uga, uga!

Estamos na selva, no meio de um tango argentino, as perguntas são cheias de prudência e as respostas repletas de fitas, embaladas pra presente. Retiram os rins uns dos outros, se enfiam facas de um jeito educado, mas algo é certo: um deles dorme pelado.

Eles sabem números, são bilhões, quanquilhintões, uma facilidade impressionante com cifras, um parentesco fantástico com abreviaturas. O BRDA, o SNDZ, o Índice PLA, o caminho do zen. Se engalfinham sorridentes, uga, uga, uga. Querem ser os reis da floresta, a tribo escolhida, os guias supremos dos macacos sem dentes.

Se acusam, se desculpam, procuram piolhos uns nos outros. Batem as mãos nos peitos, uga, uga, uga. Comem qualquer rango sorrindo, cruzam –seguros, maduros e firmes- pelas portas que não vemos, eles têm as chaves dos portais. E nós, os súditos tropicais de um reino supimpa, gritamos hosanas (na falta do Obama), sonhando virar o califado encantado da Xuxa.

Então os dispenso. Não lutem por mim. Não me apontem caminhos. Não me mandem relatórios secretos, se são contra ou a favor da natureza ou do concreto, se sabem da chuva ou vivem de previsões. Nós nos divertimos. Existimos no trabalho. Resistimos nas risadas, muitas causada na imagem hilariante dos debates sem sentido entre vocês. Mando lembranças aqui da República da Macacada de Xanadu. Talvez ninguém nos conheça. Mas a gente sabe quando o rei está nu.