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Poeminha diet

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O problema da greve de fome em geral e dos regimes em particular é que ambos dão uma fome do cão. Já na primeira hora, me aparece a imagem do pão francês, um bife no meio e uma pimenta disfarçada de recheio. Vade retrum, arroz com linguiça. Xô, café com leite e pastel feito no azeite borbulhante. Doce, passe adiante. Fora, feijoada. Picanha? Nem se for só maminha na mostarda. No lugar da dieta, eu andava de bicicleta, mas Deus tinha outros planos, todos carbo zero. O velho coração já não aguenta aquela costela, aquele cupim e fora daqui, polenta. Pipoca, esqueça. Sopa? aqueça. Salaminho, aquele abraço. Carreteiro, só as vezes. E enquanto o caminhar não volte ao normal e a cintura reapareça, mande um abraço ao sal. Não adianta comer escondido um escondidinho no aperitivo. Nem chamar a comida pelo diminutivo. Levantar o mindinho enquanto se alimenta não realiza o desejo de transformar radite em pão de queijo. Pensei agora numa palavra difícil e disse quiça, mas pensei mesmo em pizza. E os doces, o pão de mel, o arroz doce, a goiabada, a maçã caramelada, a salada de fruta com creme de leite? O bolo de farofa com banana, como chama? O feito de chocolate, a torta alemã? Meu médico que me desculpe, mas regime só segunda de manhã.