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O fim de tudo

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Pra viver leva uma vida inteira para viver leva uma vida inteira para viver leva uma vida inteira, muito cuidado: a repetição pode parecer interessante. É por isso que  a realidade não pode ser essa dança pavorosa dos senhores de farda, os donos da mídia, os agregadores de valor para coisas inertes. O fim do escuro é o que a claridade revela, ainda que às vezes, para entender, a gente precise rezar em alguns cantos e oferecer velas para tudo que existe de santo naquilo que não compreendemos como simplesmente natural. Transformamos a vida em algo que acontece lá fora enquanto o que somos adormece em nós. Mas não teremos êxito nisso: o  fim de tudo é a alegria das partidas inevitáveis, a saudade que deixa, o tempo vivido, ainda vívido em detalhes como esse, que você acabou de lembrar, ou que se lembrará ou que lamentará não deixar de herança para si mesmo: lembranças são fundamentais na vida . Mas nos esqueceremos disso porque o fim do amor são os sinais que traz, nos faz mensageiros de um portal. Habitá-lo exigirá mais coragem do que deixar que se feche, é o que mais acontece, é quando o mundo entristece e surgem os lamentadores dos amores perdidos, os deprimidos, o olhar fixo no que não está mais lá. Quem não honrar seu amor, verá o amor passar. E feliz, porque o fim do amor é ser feliz desde o início de tudo, quando tudo eram trevas e veio o verbo e do verbo se fez o amor iluminado, também conhecido por luz. É assim que vejo o novo ano, um novo dia, um novo projeto, um novo texto, a nova ideia, o projeto novo, o novo rumo, um novo amigo, um novo amor. Seu fim é ser totalmente surpreendente, impressionante, fascinante, contente, constante, bem dito. No fim, o fim de tudo é o infinito.